Saturday, November 13, 2010

Deus Escuta!

Deus Escuta!

por Bill Gothard

“Amo ao SENHOR, porque ele ouviu a minha voz e a minha súplica.” - Salmos 116:1

Durante a maior parte da minha vida, eu assumi que clamar era simplesmente sinônimo de oração. No entanto, eu cheguei a ficar maravilhado em ver os potenciais e os propósitos específicos do clamor - e de como isso é enfatizado vezes e vezes nas Escrituras.

Muitos crentes hoje parecem não saber desse padrão consistente na Palavra de Deus. Pode-se até dizer que a diferença mais significativa entre as orações dos santos de Deus nas Escrituras (tão poderosamente efetivos) e nossas orações hoje (aparentemente tão inefetivas) é essa:  Havia um fervor nas orações dos santos bíblicos - um fervor que era inerente ao clamor.

Quando entendemos esse fato, as páginas das Escrituras ganham vida com som! Quando encontramos homens e mulheres na Bíblia verdadeiramente confiando que Deus escuta, e dando voz aos seus pedidos e louvores. Seriamente crendo nisso, esses crentes de antigamente enchiam Seus ouvidos com os clamores de seus corações que fluíam através de seus lábios.

Dos Sussurros aos Gritos

Ambos os Velho e Novo Testamentos usam uma impressionante variedade de palavras para descrever o clamor, ou oração em voz alta. Em cada caso, o significado inerente nessas palavras inclui algum tipo de som audível - um aspecto que nem sempre é comunicado com a mesma força nas traduções.

O tipo de sons implicados por essas palavras varia - desde um sussurro baixo ou gemido a até os gritos de ferir os ouvidos. Ao se aproximarem de Deus, esses santos de outrora traziam uma ampla variedade de emoções e perspectivas que eram refletidas no tom e agudeza e volume de suas orações livremente faladas.

As palavras para oração que têm um significado implícito de som audível estão particularmente evidentes nas passagens que prometem que Deus escuta. O versículo que citei antes é um exemplo:  “Clama a Mim”, o Senhor convida Seu povo através do profeta Jeremias, “E responder-te-ei, e anunciar-te-ei coisas grandes e firmes que não sabes.” (Jeremias 33:3)

A primeira palavra aqui é qara em Hebreu, que geralmente traz o signficado de chamar ou clamar em voz alta. A mesma palavra começa um convite e uma promessa encontrada nos Salmos - “E invoca-Me no dia da angústia; Eu te livrarei, e tu me glorificarás.” (Salmos 50:15) Davi usou essa palavra qara frequentemente, como nessa passagem:  “Perto está o SENHOR de todos os que o invocam, de todos os que o invocam em verdade.” (Salmos 145:18)

Um Extravasar, Não uma Fórmula

Ninguém nas Escrituras mostra fé mais vital do Deus que escuta do que Davi, o homem segundo o próprio coração de Deus. Em um salmo ele declara, “De tarde e de manhã e ao meio dia orarei; e clamarei, e Ele ouvirá a minha voz.” (Salmos 55:17) A palavra em Hebreu aqui para clamar é hamah, com a conotação de um murmurar alto - até mesmo urrar ou berrar.

“Na angústia”, Davi diz em outro versículo, “invoquei ao SENHOR, e clamei ao meu Deus; desde o Seu templo ouviu a minha voz, aos Seus ouvidos chegou o meu clamor perante a sua face.” Aqui a palavra para o clamor de Davi é shava, conotando um grito mais agudo por ajuda. Davi nos assegura que “Os olhos do Senhor voltam-se para os justos e os seus ouvidos estão atentos ao seu grito de socorro.” (Salmos 34:15)

Um verdadeiro grito, como se em angústia, é a raiz do signficado da palavra tsa’aq, que Davi usa nesses versículos:  “Os justos clamam, e o SENHOR os ouve, e os livra de todas as suas angústias.” (Salmos 34:17) E uma lamento contínuo ou som estridente é comunicado pela palavra rinnah, que Davi escolheu para implorar em voz alta, “Ouve, ó Deus, o meu clamor” (Salmo 61:1).

Repetidamente, Davi concluiu pela sua experiência que o que ele pronunciava em voz alta e com emoção tão sincera e profunda, Deus ouvia:  “Com a minha voz clamei ao Senhor, e ouviu-me desde o seu santo monte.” (Salmos 3:4), “Senhor meu Deus, clamei a ti, e tu me saraste.” (Salmos 30:3).

Por vezes e vezes Davi demonstrou sua confiança de que Deus o ouviria mais vezes:  “o Senhor ouvirá quando eu clamara ele.” (Salmos 4:3), “A Ti clamarei, ó Senhor, Rocha minha” (Salmos 28:1), “...Ouve a voz das minhas súplicas, quando a Ti clamar” (Salmos 28:2).

Poderia haver alguma dúvida? Davi claramente intencionou que compreendêssemos que suas orações eram realmente pronunciadas: “Com a minha voz clamei ao Senhor; com a minha voz supliquei ao Senhor.” (Salmos 142:1)

O filho de Jessé falava suas orações em voz alta com fé e fervor. Orar em voz alta não era uma fórmula mecânica ou macete ou “amuleto da sorte” para Davi.

Era um fluir natural de uma relação de amor com seu Senhor que ouvia.

Do Filho Ao Pai

Isso pode ser verdadeiro para eu e você também. Hoje. Agora.

Quanto mais cremos no milagre contínuo de que Deus realmente nos ouve - pelo caminho aberto para nós para o Seu santuário pelo sangue de Cristo - mais livremente e fervorosamente daremos vozes às nossas orações... para o deleite do coração do nosso Pai.

Nós sabemos pelas nossas famílias que o coração de um pai verdadeiro ouve o clamor de seus filhos, e que os filhos naturalmente clamam por ele. Da mesma maneira, clamar para Deus é o nosso impulso filho-ao-pai, plantado em nossos corações pelo Espírito Santo dentro de nós.

“Porque sois filhos,” Paulo nos ensina no Novo Testamento, “Deus enviou aos vossos corações o Espírito de seu Filho, queclama: Aba, Pai!” O verbo em Grego usado aqui para clamar é uma palavra forte, normalmente traduzida como “gritar”. O próprio Espírito Santo opera dentro de nós produzindo nosso clamor em voz alta à Deus. E porque Deus é compassivo, gracioso, e sempre fiel à Sua promessa, Ele vai de fato ouvir e responder esses clamores que Ele mesmo inspirou.

Pontos A Ponderar

Você já se viu deliberadamente suprimindo o desejo de clamar ao seu Pai celestial? Poderia ser que você tem sufocado o Espírito Santo com essa forma de agir? Se sim, é hora de fazer uma mudança - e responder à Ele com humildade e obediência.

1 comment: