Saturday, November 13, 2010

Nosso Deus Zeloso

Nosso Deus Zeloso
O amor que não deixa você se perder

por Bill Gothard


Porque não te inclinarás diante de outro deus; pois o nome do SENHOR é Zeloso; é um Deus zeloso. - Êxodo 34:14

Poucos dias depois de seu casamento, um jovem marido decidiu demonstrar seu amor por sua noiva levando-a à um restaurante chique. Quando eles chegaram, o maître os levou à uma mesa especial.

Logo a garçonete chegou - uma jovem atraente. O marido sorriu para ela numa demonstração óbvia de que estava apreciando sua beleza física. Ele notou o nome dela no uniforme, e a mencionava pelo nome nos poucos momentos de conversa e então fez o pedido do prato.

Quando a garçonete foi embora, o marido voltou seus olhos para a sua esposa... e ele ficou assustado com a mudança da sua fisionomia. Ela parecia magoada e aborrecida.
“Querida”, ele disse, “o que houve?”
“Eu vi como os seus olhos brilharam quando você olhou para aquela garçonete. Isso me magoou!”
Ele ficou confuso. “Magoou? Porque isso te magoaria? Eu só estava tentando ser agradável. Eu sou desse jeito, extrovertido e gosto de agradar as pessoas.”

Essa distinção pouco ajudou a confortar sua esposa aborrecida. Ele não tinha acabado de prometer que “esqueceria todas as outras” e se apegaria e se devotaria para ela? Desde seu casamento, ela já tinha notado que os olhos de seu marido brilhavam para outras mulheres em várias ocasiões - mas não havia dito nada até aquela noite no restaurante.

Felizmente, essa estória tem um final feliz. O marido rapidamente aprendeu sua lição, treinou seus olhos, e depois passou a tratar as outras mulheres com polidez mas de um jeito mais "profissional". Seus olhos brilhavam, mas apenas quando sua esposa chegava. À partir daquele momento, eles desenvolveram um casamento feliz e bem-sucedido.

Quando eu ouvi essa estória pela primeira vez, essa jovem casada explicando como ela ficou magoada e ofendida com o prazer tão evidente que seu marido demonstrava com outras mulheres, eu pensei comigo mesmo “Essa moça tem problema de ciúmes.” Na minha cabeça, esse era o problema dela.

Ela era obviamente muito sensível, e provavelmente sentia medo de ter seu lugar tomado por outra mulher. O ciúme, eu sempre achei, era um problema de quem o sentia - e ele ou ela deviam superar isso.

Contudo, em setembro passado, eu estava dando aconselhamento numa situação que me fez lembrar desse evento... e o que ficou daquele dia mudou minha vida.

Aquela jovem disse uma coisa que de repente surgiu nos meus pensamentos;  “Eu vi como os seus olhos brilharam quando você viu aquela garçonete!” Naquele momento, eu vi o que eu não tinha visto antes:  o significado espiritual daquelas palavras.

Esse casal tinha um relacionamento de aliança, e nessa união não pode haver tolerância à quaisquer outras afeições que competiriam contra o casamento. Na cerimônia, ambos fizeram votos diante de Deus de que eles amariam e se dedicariam um ao outro de todo o coração.

Nesse caso, o ciúme era justificado. Ela estava certa em ter ciúme. Ela queria os olhos dele voltados para ela. Ela queria o coração dele - todo o seu coração. E por causa dos votos que fizeram, ela tinha o direito de esperar essas coisas.

De repente, as palavras das Escrituras saltaram à minha mente - e me surpreenderam com um significado totalmente novo:

“Porque eu, o Senhor teu Deus, sou Deus zeloso.” - Êxodo 20:5

Foi um daqueles momentos quando o Espírito de Deus parece puxar o véu, revelando uma grande verdade que estava ali o tempo todo, mas oculta às nossas vistas. Eu ponderei o significado daquelas palavras fortes no Êxodo. Em que sentido Deus era zeloso? Ele era zeloso somente pela nação de Israel - ou Ele era zeloso por mim também? Quais afeições que eu mantinha em minha vida - palavras ou pensamentos ou ações - que competiam com Ele e que causavam no Soberano Todo-Poderoso do universo o sofrimento do ciúme?

Assim como no caso da esposa com ciúme naquele restaurante Deus observa os olhos do meu coração. Ele vê toda vez que meus olhos brilham diante de uma afeição que compete com Ele. Seu Santo Espírito é magoado com a minha falta de lealdade. E se eu persisto em manter lealdades divididas, eu vou passar por sérios conflitos na minha vida, assim como aquele marido e sua esposa sofreram durante o que devia ser uma noite alegre de comunhão.

Alguém poderia comentar “Por que o grande Deus onipotente se importaria que um de seus filhos ficasse distraído por alguma afeição passageira? Certamente Ele tem coisas mais importantes que fazer do que registrar as nossas pequenas indiscrições ou inclinações casuais!”

Se temos esse tipo de pensamento, é porque nós subestimamos o Seu amor - e Sua santidade. As Escrituras nos mostram que Ele certamente nota as pequenas coisas - as “pequenas” idolatrias para as quais nós rapidamente inventamos uma desculpa. No livro de Jeremias, o Senhor fala ao profeta sobre um costume de algumas das mulheres de Judá. Elas assavam pequenos bolos na forma de um ídolo conhecido como “rainha dos céus” (Jeremias 44:19).

Eles eram apenas bolinhos. Nós podemos até dizer que eram biscoitinhos. E com tudo isso que acontece no mundo... guerras e rumores de guerras... com todas as decisões dos reis e príncipes e generais... Deus estava se preocupando com mulheres cozinhando biscoitinhos?

Sim, Ele estava. Porque Ele conhecia seus corações. Ele viu as idolatrias secretas por trás daquela atividade “inocente”. E isso foi o que Ele disse a respeito:

“Porventura não vês tu o que andam fazendo nas cidades de Judá, e nas ruas de Jerusalém? Os filhos apanham a lenha, e os pais acendem o fogo, e as mulheres preparam a massa, para fazerem bolos à rainha dos céus, e oferecem libações a outros deuses, para me provocarem à ira.” - Jeremias 7:17-18

Aqueles pequenos bolos despertaram o ciúme de Deus, provocando Sua ira. Ele percebeu... e Se aborreceu. Deus fala claramente de Sua exigência por nossa total lealdade e amor no primeiro e maior mandamento:  “Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças” - Marcos 12:30

Depois de amar o Senhor com todo o nosso coração, alma, mente e forças, não haverá mais nenhuma afeição restante para outras coisas que competem com Deus.

Durante esse tempo, em setembro, quando o Senhor abriu meus olhos para essas coisas, outras Escrituras começaram a vir à minha mente. Eu comecei a ponderar a natureza de Deus. Ele tem vários nomes e títulos. Um deles, contudo, não é muito mencionado hoje em dia. Você não ouve falar disso nos hinos, escritos com caligrafia nas placas ou grafado em correntes e jóias de Cristãos.

No entanto, talvez deveria.
O nome é Qanna’.
“Ciumento” (Zeloso).

Nos Dez Mandamentos, Ele declara, “Porque eu, o Senhor teu Deus, sou Deus zeloso.” - (Êxodo 20:5). Vários capítulos mais tarde, Ele declara “o nome do SENHOR é Zeloso; é um Deus zeloso.” (Êxodo 34:14). Josué declarou “é Deus santo, é Deus zeloso” (Josué 24:19).

É claro que eu conhecia esses versículos durante vários anos, mas eu assumi que eles descreviam o relacionamento de Deus com Israel no Velho Testamento - um passado muito distante num lugar muito distante. No Novo Testamento, eu imaginava, Ele havia se tornado um Deus misericordioso e de amor que de alguma forma fazia vista grossa para as nossas afeições que competiam contra Ele.

No entanto, quando mais eu considerava isso, mais desconfortável eu me sentia com essas conclusões. Eu percebi que tais pensamentos iam contra o que o próprio Deus havia declarado em Malaquias 3:6:  “Porque eu, o SENHOR, não mudo”.

Em outras palavras, Ele era tão misericordioso e cheio de amor no Velho Testamento quanto Ele era no Novo Testamento. E Ele insistia tanto pela nossa afeição e lealdade no Novo Testamento quanto Ele insistia com Sua própria nação no Velho Testamento.

Uma sensação de reverência e admiração veio sobre mim quando eu percebi que Deus sabia de cada amizade, afeição e prazer que competisse com o Seu caráter e Sua vontade para a minha vida. E Ele não apenas sabia como também se importava profundamente com cada uma delas. Me dedicar à essas afeições - retornando à elas e cultivando-as nos momentos calmos do dia ou da noite - era provocar o Seu ciúme e realmente magoar Seu Santo Espírito, trazendo tristeza e conflito para a minha própria vida e meus relacionamentos.

Eu me encontrei implorando à Deus por mais uma medida de Sua graça e discernimento.

Se eu estava provocando ciúmes no meu Senhor, eu queria parar isso.

Pontos a Ponderar

Há áreas em sua vida que competem pela afeição e lealdade que deviam pertencer somente à Deus?
Você já parou para pensar Nele como sendo ciumento com essas suas outras afeições?
Traga esse assunto à Ele em oração e peça a Ele que revele os segredos do seu coração.

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