Saturday, November 13, 2010

O Poder de um Nome

O Poder de um Nome
por Bill Gothard

“Você nunca será alguém!”

As palavras soavam nos ouvidos de Ralph e ecoavam em sua alma. Seu pai o havia atacado com essa acusação inúmeras vezes ao longo dos anos. Nada que Ralph fizesse desde a época em que ele era um garotinho jamais parecia bom o bastante para o seu pai severo e perfeccionista. Não importa o quanto ele se esforçasse, ele nunca conseguia obter a aprovação total de seu pai.

Ralph cresceu e foi fechando seu espírito para o seu pai. Era a maneira dele dizer, “Eu vou fazê-lo lamentar-se por ter me ferido e eu vou cortar você da minha vida para que não possa me ferir mais.”

Com o tempo, entretanto, esse jovem aprendeu a abençoar seu pai - apesar de que isso parecia não trazer mudança na vida ou na postura do velho.

Muito mais tarde, um doutor abalou o pai com um diagnóstico de câncer terminal. Percebendo que ele em breve morreria, seu coração foi amaciado. Em lágrimas, ele pediu perdão ao seu filho por todas as maneiras pelas quais ele errou contra ele. Em breve ele se tornou um crente em Cristo e viveu seus últimos anos como um homem transformado, desfrutando de comunhão com seu filho.

A história de Ralph mostra que dar uma bênção pode não produzir uma mudança instantânea naquele que está sendo abençoado. Contudo, isso livrou Ralph de ter uma postura amarga contra seu pai e permitiu Deus lidar com seu pai de Sua própria maneira e em Seu tempo. Isso é o que Deus prometeu fazer:  “Abençoai aos que vos perseguem... ‘Minha é a vingança; eu recompensarei’, diz o Senhor.” (Romanos 12:14, 19)

Uma Bênção Inesperada para Novos Pais

Um bom exemplo de alguém que estava bem preparado para dar bênçãos aos outros foi o homem Simeão, no Evangelho de Lucas. A vida de Simeão foi marcada não apenas por uma esperança inacabável na vinda do Messias, mas também por justiça e devoção à Deus. E ainda mais importante, ele tinha experiência pessoal da presença e do poder do Espírito Santo. Simeão viveu em Jerusalém, e um dia o Espírito guiou seus passos nos corredores do grande templo. Lá ele viu um certo casal com um bebê recém-nascido, buscando realizar os rituais costumeiros de dedicação do primogênito à Deus.

Imagine a surpresa dos pais quando o velho Simeão caminhou até eles, brilhando com o fogo e o calor do Espírito, e pegou a criança de seus braços. Lucas nos conta que Simeão então “abençoou a Deus” com belas palavras de louvor por aquele menino - descrevendo-O como a salvação de Deus, como a luz das nações, e a glória de Israel.

Sim, o bebê era Jesus, e quando José e Maria ouviram o louvor de Simeão para seu filho, eles “se maravilharam das coisas que dele se diziam” (Lucas 2:33). E notem o que aconteceu depois:  se voltando aos novos pais, Simeão “os abençoou”.

Eis um homem devotado a Deus, um homem cheio do Espírito e caminhando pelo Espírito, um homem que centralizou sua vida em Jesus (pois o Espírito havia revelado para ele “que ele não morreria antes de ter visto o Cristo do Senhor”). De tais realidades espirituais, surgiu de dentro dele uma bênção para Maria e José - duas pessoas as quais, nessa época extraordinária e desafiante de suas vidas, devem ter apreciado quaisquer bênçãos que pudessem obter!

Todas essas realidades espirituais - devoção à Deus, dependência do Espírito e centralização em Cristo - deveriam ser realidades vibrantes em você e eu também. E na medida em que elas se tornam realidades para nós, experimentamos maior liberdade e disposição para aproveitar oportunidades rapidamente para abençoar os outros como Simeão fez.

E quem podem começar a descrever a alegria, poder e liberdade que tais bênçãos trarão ao seu mundo?

A Fonte Transbordante

Ao se concentrar em cada uma das 3 maneiras pelas quais Deus Se revela para nós - como Pai, Filho e Espírito Santo - nós entendemos melhor como as bênçãos são derramadas em nossas próprias vidas com uma plenitude que transborda para os outros.

Quando cantamos, “Louvemos ao Senhor, do qual todas as bênçãos fluem”, nossas palavras são exatas e verdadeiras. As Escrituras várias vezes apontam para Deus o Pai como a frente de uma corrente constante de bênçãos para nós. Mas o nosso conhecimento do que a bênção realmente significa pode expandir drasticamente quando percebemos que a bênção que recebemos é algo que nosso Criador mesmo experimenta e desfruta, em uma medida inimaginável. Nosso Pai celestial é “o Deus bendito” (I Timóteo 1:11) e o “Ele é o bendito e único Soberano” (I Timóteo 6:15), e Ele é “é bendito para sempre”. E é por ser bendito (abençoado) que Suas bênçãos fluem para nós.

Ao prometer a maior demonstração desse fluxo, Deus iguala a Sua bênção do Espírito Santo derramado em Seu povo sedento com as chuvas no deserto:  “Pois derramarei água na terra sedenta, e torrentes na terra seca; derramarei meu Espírito sobre sua prole, e minha bênção sobre seus descendentes.” (Isaías 44:3) Assim como é verdadeiro em relação ao Deus Pai, o bendito Espírito Santo é totalmente e elaboradamente envolvido nas bênçãos que recebemos.

Mestre de Bênçãos

Mas é especialmente em Jesus Cristo, o Filho de Deus, que como seres humanos nós aprendemos e experimentamos grande parte das bênçãos. Jesus - que “andou por toda parte fazendo o bem” (Atos 10:38) - trouxe bênçãos na terra em tudo que Ele disse e fez. Ele abençoava verbalmente os outros até Seu último minuto na terra, conforme Ele se encontrou com Seus discípulos no Monte das Oliveiras antes de Sua ascenção:  “Tendo-os levado até as proximidades de Betânia, Jesus levantou as mãos e os abençoou. Estando ainda a abençoá-los, ele os deixou e foi elevado ao céu.” (Lucas 24:50-51).

Muitos séculos antes disso, o salmista havia clamado ao Cristo em louvor da bênção do Messias: “derramou-se graça em teus lábios, visto que Deus te abençoou para sempre” (Salmos 45:2). O salmista havia previsto que Cristo falaria palavras de bênção através dos lábios da graça, e essas bênçãos fluiriam de Sua própria consciência de ser abençoado para sempre por Deus.

Essa passagem não apenas exalta Jesus de uma maneira única, mas também aponta para a conexão indivisível entre os conceitos de graça e bênção. Nós vemos logo no Evangelho de João que Jesus é “cheio de graça e de verdade” (João 1:14), e nós podemos da mesma forma dizer que Ele é cheio de bênção e de verdade. Uns poucos versículos depois nós lemos que “Todos recebemos da sua plenitude, graça sobre graça.” (João 1:16) ou “uma graça atrás da outra”, como foi traduzido em uma outra versão. A graça maravilhosa que temos em Cristo também significa bênção maravilhosa. E conforme Ele iniciou Seu ministério na terra, ambas Suas palavras e Suas ações foram uma corrente de bênçãos como nada visto ou ouvido antes. Nas primeiras frases do Sermão da Montanha, por exemplo, Jesus falou de bênçãos de uma maneira que expandiu o significado para novas dimensões além do que as pessoas conheciam naquela época - e ainda hoje.

Não há nenhuma dúvida sobre isso:  bênção era o que ocupava a mente de Jesus. Ele é o Mestre das bênçãos. E ainda é!

Em tudo que Ele faz por nós momento a momento, tanto como nosso Sumo Sacerdote intercedendo por nós e como Aquele que habita em nós para cumprir a Sua obra em nossas vidas, Jesus continua a trazer bênçãos para o nosso caminho. Todo dia e toda a hora para nós, em cada situação e relacionamento, o que Paulo diz sobre Jesus no começo de Efésios sempre se aplica:  Nosso Pai amoroso “nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nas regiões celestiais em Cristo” (Efésios 1:3). É por sermos tão abençoados que nós podemos abençoar os outros.

Pense nisso! Nós não apenas experimentamos esse encorajamento celestial que dá vida e alegria; mas também podemos direcionar esse fluxo poderoso para os corações dos outros. Como o operador no controle de um canal de águas, nós podemos abrir as comportas e deixar que o rio poderoso da graça de Deus inunde através de nós à medida que abençoamos as pessoas em Seu nome poderoso.

O Poder Do Nome

Então vemos que o poder das nossas bênçãos faladas flui primeiro de tudo da abundância de bênçãos do nosso próprio Criador - e de Sua intenção sábia e amorosa em abençoar Seus filhos com o que é verdadeiramente o nosso maior bem. Quando nós verbalizamos uma bênção sobre os outros, nós temos o privilégio de participar no trajeto da bondade de Deus para eles e em direcioná-los para sua inclusão na vontade do Senhor.

Esse é o porque das nossas bênçãos mais fortes para os outros virem quando invocamos o nome poderoso de Deus, pois esse nome designa Sua personalidade, Seu caráter, Sua vontade, e Seu coração para a bênção de toda a criação. As bênçãos mais poderosas começam, então, com simplesmente falando o Seu nome:  “Deus te abençoe...”

Quando centralizamos nossa vida em Cristo e permitimos que Seu Espírito nos controle, nós nos vemos querendo fazer tudo o que pudermos para aqueles a quem amamos mais - dando a eles os melhores e mais preciosos presentes que podemos. E nada é mais precioso e melhor do que a bênção de Deus. Que maravilhosa é a bênção de Deus nos permitir ser Seus instrumentos para direcionar a Sua bênção em suas vidas!

Tome a Decisão

Deus realmente o tem preparado para ser um canalizador de bênçãos faladas para os outros, não tem? Pense em como Ele tem derramado abundantemente Sua graça em sua vida.

Não importa o quão cansado você se sinta ou quão ocupado você esteja, tome a decisão de dedicar um tempo se concentrando - o primeiro momento disponível hoje ou de noite - em agradecimento e louvor à Deus por Seu rico suprimento de bênçãos em sua vida. Seja específico o máximo que puder sobre o que você tem a agradecê-Lo. Deleite Seu coração dando a Ele sua gratidão.

E com louvor genuíno, fale com Ele sobre o que Seu nome realmente representa para você - em termos de Sua personalidade, Seu caráter, Sua vontade, e Seu coração de bênção.

No comments:

Post a Comment